domingo, 18 de outubro de 2009

#1 - Agora sim

Muita coisa tem acontecido em minha vida, esse blog vai parecer mais meu diário que outra coisa afinal de contas é para isso que serve. Um diário virtual.

Ultimamente as coisas estão começando a sair dos eixos onde na verdade elas deveriam entrar nos eixos... Tocar nesse assunto ainda dói, mas tenho que compartilhar de alguma forma, como sou uma pessoa que prefere prender os sentimentos do que falar, escrever é uma boa idéia.

Há exatos 17 dias, eu perdi aquela cuja vida foi dedicada aos filhos, na educação, formação, crescimento dentre outras coisas, há 17 dias a minha vida está uma total bagunça e agora sinto que está piorando cada vez mais.

Nos últimos dias, a ficha tá começando a cair de uma maneira que não esperava, de uma forma muito forte e muito confusa. Que sinceramente não sei exatamente traduzir em palavras em como me sinto agora ou como me sentirei quando isso passar... Talvez o bordão "Como você está?" deva ser apenas utilizado comigo daqui a mais ou menos 20 anos e mesmo assim, não saberei o que responder ou como responder. Ah sim, só pra constar eu tô realmente cansada das pessoas estarem perguntando como estou. Eu acabei de perder minha mãe, isso responde qualquer pergunta não acham?

Às vezes quero está com todo mundo, com amigos, vizinhos, crianças sorrindo, brincando, chorando, gritando, mas às vezes isso é realmente válido? Sei que a maioria dos meus amigos está fazendo de tudo para me ajudar, mas chega uma hora em que só palavras, atos e até mesmo a Fé, não são suficiente. O real desejo do meu coração agora é comprar uma bolha, me enfiar lá dentro e pronto estaria suficientemente bem para tentar esquecer, pra deixar passar, para as feridas sararem, para a dor curar, e isso levaria o tempo que eu quisesse.

Estaria sendo egoísta com isso? Talvez! Mas eu não gosto quando as pessoas me olham com o olhar de pena do tipo "tadinha não tem ninguém no mundo" de fato posso não ter ninguém no mundo, meus irmãos não contam, todos eles têm casa, esposas (os), filhos (as), eles tem uma família, a família deles. A minha eu perdi.

Talvez eu esteja começando a ficar muito zangada com Deus ou talvez eu esteja começando a ficar muito zangada comigo mesma pelo simples fato de não saber lidar com isso. Ou talvez eu esteja simplesmente zangada.

Sabe, nunca imaginei minha vida sem ela, sem a presença física dela e agora tenho que viver isso diariamente... Não sou tão forte quanto pareço, não sou tão especial como todo mundo acha, não sou tão lutadora, principalmente agora... Tô fraquejando, meus sonhos já não brilham mais, na verdade estou pensando seriamente em apagar todos eles e enterrá-los em algum lugar. Sinto uma vontade enorme de ficar na minha cama e desligar todas as formas possíveis de ter contato com algum ser humano e chorar até ter esvaziado todo esse sentimento insuportável de dor que toma conta do meu ser.

Minha casa ta uma bagunça, muita intriga, muita fofoca, seria presunção da minha parte implorar a quem quer que seja que o tempo pudesse voltar e que tudo aquilo que aconteceu aquele dia não passava de um pesadelo e que acabei de acordar e que ela ta bem e que vai botar ordem em tudo e em todos? Seria né? Pois então que seja, porque eu queria mesmo poder voltar no tempo e acordar desse pesadelo terrível pelo qual estou passando agora, que essa dor parasse nesse momento. Egoísmo? Sim e muito! Eu sei que ela está bem, sei que tá correndo tudo bem onde ela está agora, sei que para ela não dói, sei que ela tá olhando por mim, sei que deve tá batendo um papo com Deus, talvez até segurando as barbas dele e achando aquilo lindo, mas é horrível você saber de tudo isso e não poder ver, não poder tocar, não poder abraçar.

Sinto muita falta dela, até das intrigas, das brigas, dos abraços, dos beijos, de tudo! Sinto falta da minha mãe... Só isso.

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