terça-feira, 30 de novembro de 2010

Caio e o estranho caso do morador do ralo do banheiro.

Desde 14 de outubro que não passo por aqui. WOW, não chega a ser recorde até porque já tive momentos de hiatus muito maiores que esse. Sinceramente eu não sabia o que postar aqui, inspiração não vinha, quotes legais não encontrava, somando isso a imensa falta de vontade de se instalou na pessoa que vós fala deu em mais de um mês sem atualização.

Mas, daí que hoje estava vasculhando a grande rede e decidi atualizá-lo com um texto que estava no meu pen drive há algum tempo, e ele se chama "Caio e o estranho caso do morador do ralo do banheiro". A inspiração para essa história é real, aconteceu de fato COMIGO! Para quem não sabe é só vim clicar aqui e preparem-se para dar altas gargalhadas, bom pelo menos o pessoal que leu, deu!

Clique em Mais Observações para ler a história toda.

Então, enjoy it!



Caio e o estranho caso do morador do ralo do banheiro.

Era uma vez um rapaz chamado Caio, que na verdade não precisa de apresentações por que com certeza você conhece a história dele. Sim! Caio é aquele mesmo rapaz que mora em um quarto escuro com um colchão duro alguns lençóis sujos e um pinico.

Dia desses, bem antes de sair com seus melhores amigos os Vergondianos (ele me contou que eles eram de um planeta chamado Vergondin, que fica há milhares de anos luz da nossa Terra), para passear Caio teve uma experiência no minimo interessante.

Enquanto tomava banho para ir a escola, Caio ouviu um barulhinho vindo do ralo do banheiro, olhou uma vez, duas, três vezes e não viu nada. Ficou pensando no que poderia ser aquilo, mas não questionou... Se o barulho persistisse iria descobrir depois. E assim foi durante os dias que seguiram, ou seja, duas semanas.

Até que um dia, Caio estava cumprindo seu ritual de tomar banho para ir a escola quando o barulho novamente chamou sua atenção, dessa vez Caio aproximou-se do ralo para ouvir melhor e qual não foi sua grande surpresa quando do nada saiu uma pata peluda pequena, depois mais outra e depois mais outra e depois dois olhinhos saltaram para fora do buraco. Caio deu um pulo! Mais que diabos era aquilo?

- Olá?! - disse Caio na esperança que o bicho falasse com ele. Mas a única coisa que ele fez foi mexer seus olhinhos que mais pareciam duas antenas.

- O que você é? - Perguntou Caio novamente. - E o que faz ai dentro?? - O bicho até então desconhecido apenas mexia os olhinhos. Caio começou a ficar impaciente e quando se abaixou para chegar perto dele, o bicho entrou no ralo do banheiro rapidamente e não voltou mais. Então Caio terminou seu banho e saiu intrigado com aquilo.

Que bicho engraçado, pensou ele deitado na sua cama, bem depois das aulas, do jantar e do lanche da noite. Ele tinha patinhas peludas, Caio nunca vira um animal assim e os olhinhos? Os olhinhos pareciam antenas atentas a tudo que se passava, mas apesar de tudo o que era aquele bicho?

Caio levantou-se da cama rapidamente e foi até o banheiro, de repente poderia encontrá-lo e tentar conversar com ele. E se ele não fosse da Terra? E se ele fosse um animal que fosse capaz de trazer tudo que ele queria? E se ele fosse um humano capaz de se transformar em um bicho de patas peludas e de olhos de antena? Movido pela curiosidade e pela vontade desesperada de descobrir do que se tratava Caio saiu pé a pé até o banheiro.

Chegou ao banheiro, abaixou-se perto do ralo e se pôs a gritar: Olá?! Olááááá?!! Olááááááááááááá?!!!!!!!, porém nenhum movimento, nada parecia até que o bicho não queria conversar com ele, mas Caio era persistente e continuou a gritar “Olás” até quando cansou e percebeu que o bicho peludo não queria conversa com ele. Levantou-se então para sair do banheiro e dormir frustrado, mas quando estava prestes a fazer isso um barulhinho parecido com arrastar de patas o fez voltar.

O menino chegou um pouco mais perto e pôde ver aquelas pequenas antenas que na verdade eram olhos saírem do buraco para observá-lo, Caio então voltou a ajoelhar-se próximo ao ralo. Olá? Disse novamente tentando algum contato com ele. Qualquer pessoa em sã consciência diria que Caio estava louco achando que um animal desconhecido falaria com ele, confesso que se ele pessoalmente não tivesse me dito e eu não tivesse visto o animalzinho também não acreditaria. Mas ouvindo o “Olá” de Caio o bicho esticou a primeira patinha peluda para fora e depois a segunda, a terceira até chegar a uma bem maior que pareciam mais duas garras, depois saiu com uma especie casca, vocês já devem ter visto um caramujo, esse bichinho amigo de Caio que mais tarde recebeu o nome de Tom tinha uma casinha muito parecida com a de um caramujo, só que era mais achatada e maior, mas ele não entrava como o caramujo o que Caio achou muitíssimo interessante.

Para a surpresa de Caio o bichinho peludo saiu de dentro do ralo por completo, ele tinha cerca de dez patinhas igualmente peludinhas, algumas maiores e outras menores, além de quatro patas (duas maiores e duas menores, mas iguaizinhos) que pareciam duas pinças, o que novamente deixou o menino muitíssimo interessado.

- O que é você? - disse Caio ajoelhando-se para olhar direitinho aquele curioso animal.

O pequenino olhou para ele e mexeu as pinças maiores fazendo um barulhinho muito parecido com “tics tics” e aconteceu algo inacreditável! E nesse momento até mesmo Caio achou que estava ficando louco... O que aconteceu? Ele simplesmente compreendeu aqueles “tics tics”.

- “Tic, tic, tic” [Tradução: Eu sou um caranguejo]

- Um caran o que? - perguntou o rapazinho, já que nunca tinha visto aquele animal em nenhuma casa das redondezas.

- “Tic tic” [Tradução: Um Caranguejo]

- Mais o que é um caranguejo? De onde você veio? E como veio parar aqui? - Como sempre fora muito curioso e agora sabendo que compreendia o que o caranguejo falava e vice versa, ele bombardeou o animal de perguntas que muito educadamente respondeu todas com vários “tics” alternando entre os “tacs” e “tecs”.

Há quem diga que Caio ia todos os dias até o banheiro apenas para conversar com seu novo amigo, com ele, Caio descobriu que Tom (nome que Caio colocou e o caranguejo aprovou com diversos tics, tacs e tecs) vinha de um lugar não muito distante dali, na verdade atrás da casa onde Caio morava tinha uma manguezal, que o garoto achava um lugar muito bonito e interessante sempre que passava por ali.

Tom explicou para Caio que alguns humanos tinham pego ele e outros amigos enquanto comiam uma “laminha” e jogavam uns “tics” fora ou como conhecemos no bom português, estavam jogando conversa fora. Tom foi o único que conseguiu fugir e não tinha nenhuma notícia dos amigos, mas sabia que eles tinham sido mortos. Aquilo deixou Caio muito triste! Como os humanos poderiam ser tão ruins a ponto de matar caranguejos e comê-los?

- Eu jamais comeria um caranguejo Tom! Não depois que conheci você! - Disse o pequeno rapaz sinceramente.
Se Tom fosse humano com certeza veríamos uma lágrimas correndo por seu rostinho que provavelmente seria bochechudo e rosado, mas como ele se tratava de um caranguejo não conseguimos ver como reagiu a não ser pelos insistentes “tecs e tacs e tics” que Caio deduziu que eram de felicidade.

Caio e Tom se tornaram grandes amigos e como sempre as pessoas zoavam com o coitado do garoto dizendo que era impossível ser amigo de um animal, principalmente de um que nunca tenha visto. Mesmo com todas as pessoas chamando-o de doido, ele continuava a frequentar o banheiro todas as noites para conversar com seu novo amigo Tom. Até que um dia...

A senhora dona mãe de Caio quase o jogou da cama para fora. Devagar Caio levantou-se e foi até ela. A senhora mãe de Caio era uma velha baixinha com um coque preso na cabeça, ela estava segurando um balde e dentro do balde alguma coisa se mexia e logo Caio reconheceu aqueles tics, implorando por socorro. Mais o que Caio poderia fazer? A mãe pediu para que jogasse Tom fora! Aquilo era demais!

Pensou no que diria e teve uma brilhante ideia! Pegou o balde com Tom dentro e saiu pelas ruas a fim de jogá-lo em qualquer canto como a mãe dele pediu. Caio andou por alguns minutos até chegar ao mangue onde um dia fora a casa de Tom e que voltaria a ser. Caio despediu-se do amigo que prometeu encontrá-lo assim que pudesse e volto a dizer que se Tom fosse humano seríamos capazes de ver lágrimas correndo por sua face gordinha e bochechuda.

Alguns anos depois Caio pegou carona com os amigos Vergonianos, mas nunca esquecerá Tom! Há quem diga que alguns tics, tacs e tecs eufóricos são ouvidos todas as noites no quarto escuro, com um colchão duro e lençóis sujos onde Caio mora agora.


Algumas pequenas observações:

Sim, é o mesmo Caio de Delírios de uma menta viajante. Se você não conhece Delírios conheça aqui.
Os Vergondianos são seres muito simpáticos e educados, já tive a oportunidade de conhecê-los em uma de minhas visitas ao meu querido amigo Caio. A próposito, eu sou a melhor amiga dele.

7 comentários:

  1. Bem interessante o texto Cah! Gostei mesmo!!! E não abdone o blog! Você escreve muito bem!

    Bjs!!! <3

    Teca

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  2. Fiquei com dó que ele teve que se livrar do amigo no final, isso não foi lá muito justo já que estavam criando uma amizade boa e sincera.

    De qualquer modo, Tom permanecerá vivo no coração do Caio e mesmo que alguém o coma (uy!), ele permanecerá vivo hahaha.

    O Caio é legal, eu gosto dele. Mande lembranças a ele depois, quando encontrá-lo.

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  3. @ShawtyKnowsMe Brigada Teca *.*
    @Nymus sim mandarei! Um dia te apresento ele. hahaha Obrigado pelo comentário.

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  4. Caahhh, que história fofinha! Meo, vc escreve mto bem! Nunca pare, honey! BjO's.

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  5. Você usa maconha.

    Mas eu gosto da sua criatividade de drogada.


    ;D Guria talentosa. =**

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  6. Cah, acho que esse é o primeiro texto que eu leio seu... Fiquei rindo feito idiota pela perseguição do nome (vc sabe), mas qro te dizer que vc escreve MTO bem e eu AMEI... vou botar teu blog nos favoritos, e qdo der vou lendo teus posts mais antigos... parabens, continue escrevendo assim ;)
    Bjinhos

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  7. MUITO AMOR, ok? Adorei o Tom. Sinto-me uma vergondiana aqui. Haha. <3

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